terça-feira, 24 de junho de 2008


Ocaso de Outono

Numa tarde de ocaso do outono banho a alma com belezas ao ouvir Milton Nascimento interpretando entre outros gênios brasileiros da composição, Catulo da Paixão Cearense e Edu Lobo e Chico Buarque, além de composições próprias. Acompanhado por instrumentas não menos geniais do que os compositores citados, uma das mais belas vozes do Planeta vai preenchendo o ar da casa e minha alma.
Pela janela do apartamento de onde, Oculto espio o mundo em sua azáfama, vejo o pátio de uma escola estadual em festas juninas. Lá embaixo um grupo de crianças, organizado por uma professora, vestido de lavadeiras e pescadores fazem um círculo em torno de uma rede que imita um lago. As meninas com bacias simulam movimentos de uma lavadeira à beira de um rio que quase posso ver, os meninos de vara de pescar em punho mimetizam movimentos de um pescador a tirar o alimento da água sem suspeitar que alimentam também a alma de um poeta. O balé se dá ao som de Marisa Monte interpretando a música “Ensaboa” outrora tão bem cantada por Cartola, gênio da Estação Primeira de Mangueira.
Como beleza e tristeza são gêmeas siamesas leio na internet a notícia da morte de Jamelão, outro gênio da música, outra das mais belas vozes do Planeta. Aos 95 anos o interprete, que também é uma jóia da Estação Primeira de Mangueira, Poe ponto final à grande canção da vida.
Nascido José Bispo Clementino dos Santos, Jamelão espalhou alegrias e belezas dando vida à poesia de compositores como Lupicínio Rodrigues, Dorival Caími e Guilherme de Brito, mas sobretudo à alma brasileira.
Mas não há motivo para luto. Resta a alegria de termos visto uma vida que se caracteriza pela vitalidade de um homem que, com mais de 92 anos ainda fazia shows e encantava platéias, e que se pautou pelo apreço à beleza e à harmonia da melhor música brasileira.Lá embaixo, no pátio da escola estadual as crianças continuam seu balé, sua homenagem involuntária à alegria e à fina flor da Estação Primeira de Mangueira.

Ocaso de Outono

Numa tarde de ocaso do outono banho a alma com belezas ao ouvir Milton Nascimento interpretando entre outros gênios brasileiros da composição, Catulo da Paixão Cearense e Edu Lobo e Chico Buarque, além de composições próprias. Acompanhado por instrumentistas não menos geniais do que os compositores citados, uma das mais belas vozes do Planeta vai preenchendo o ar da casa e minha alma.
Pela janela do apartamento de onde, oculto, espio o mundo em sua azáfama, vejo o pátio de uma escola estadual em festas juninas. Lá embaixo um grupo de crianças, organizado por uma professora, vestido de lavadeiras e pescadores fazem um círculo em torno de uma rede que imita um lago. As meninas com bacias simulam movimentos de uma lavadeira à beira de um rio que quase posso ver, os meninos de vara de pescar em punho mimetizam movimentos de um pescador a tirar o alimento da água sem suspeitar que alimentam também a alma de um poeta. O balé se dá ao som de Marisa Monte interpretando a música “Ensaboa” outrora tão bem cantada por Cartola, gênio da Estação Primeira de Mangueira.
Como beleza e tristeza são gêmeas siamesas leio na internet a notícia da morte de Jamelão, outro gênio da música, outra das mais belas vozes do Planeta. Aos 95 anos o interprete, que também é uma jóia da Estação Primeira de Mangueira, Poe ponto final à grande canção da vida.
Nascido José Bispo Clementino dos Santos, Jamelão espalhou alegrias e belezas dando vida à poesia de compositores como Lupicínio Rodrigues, Dorival Caími e Guilherme de Brito, mas sobretudo à alma brasileira.
Mas não há motivo para luto. Resta a alegria de termos visto uma vida que se caracteriza pela vitalidade de um homem que, com mais de 92 anos ainda fazia shows e encantava platéias, e que se pautou pelo apreço à beleza e à harmonia da melhor música brasileira. Lá embaixo, no pátio da escola estadual as crianças continuam seu balé, sua homenagem involuntária à alegria e à fina flor da Estação Primeira de Mangueira.