domingo, 10 de fevereiro de 2008

História de Cabo Verde



Iniciamos aqui uma série de postagens sobre os povos Africanos. Começamos com Cabo Verde:

História

Cabo Verde foi descoberto pelos portugueses no ano de 1460. Há quem diga que povos Árabes já haviam estado nas ilhas a procura de sal que, na época, era considerada uma especiaria, mas não existem documentos que comprovem que foram os primeiros a chegarem às ilhas. A primeira ilha descoberta foi a ilha de Boa Vista, nome dado pelos portugueses em conseqüência do longo tempo que permaneceram no mar, sem nenhuma referência de terra. Em seguida, foram chegando às outras ilhas, cujos nomes são de santos correspondentes aos dias nos quais aportaram. Assim eles chamaram Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Santiago. A ilha do Sal assim foi denominada por causa das grandes salinas existentes. A ilha de Maio por que chegaram no Mês de Maio; Fogo, por ter um vulcão, que se supõe estar em atividade, no momento da chegada dos descobridores. A ilha Brava, assim foi denominada, por causa do aspecto, um tanto quanto hostil. Como o arquipélago era desabitado, os portugueses deram início ao povoamento. Foi povoado por arquipélagos nativos da costa ocidental da África, genoveses e portugueses.

Por ocupar uma situação privilegiada, na encruzilhada entre os três continentes, Europa, América e África, Cabo Verde foi um entreposto importante para os portugueses no chamado tráfico negreiro. Os escravos eram capturados, e levados para o arquipélago de onde seguiam mais tarde para trabalhar nas produções de cana-de-açúcar, café e algodão no Brasil e nas Antilhas.

Em Cabo Verde, foi erigida a primeira cidade construída por europeus nas colônias, a cidade de Ribeira Grande. Ficou ativa por mais de três séculos, antes que a capital fosse transferida para cidade de Praia, capital de Cabo Verde dos nossos dias.

O país tornou-se soberano nos anos setenta, mais propriamente no ano de 1975, após mais de uma década de luta armada nas selvas da Guiné Bissau. O período pós - independência foi governado por um regime de partido único que esteve no poder até 1991, ano em que o país optou pelo regime mutipartidário. A população era em 1991 de 350 mil habitantes, sendo as ilhas de Santiago, Santo Antão e São Vicente as de maior número de habitantes. Hoje a população de Cabo Verde é de 400 mil habitantes, repartidos pelas 10 ilhas. Agrupam-se em dois conjuntos definidos pela sua posição em relação aos ventos predominantes, o de Barlavento (Santo Antão, São Vicente, Santa Luzia, S. Nicolau, Sal, Boa Vista e os ilhéus de Branco e Raso) e o de Sotavento (Maio, Santiago, Fogo, Brava e os ilhéus Secos ou do Rombo).

Cultura


Pelo fato de ser povoado por diferentes povos, Cabo Verde possui uma miscelânea cultural muito grande, mistura essa que é visível não só na cor da pele, mas também nos trajes, na culinária, sotaques e no modo de viver em geral. A população é formada de 70% de mestiços, 28% de negros e apenas 2% de brancos. As ilhas, embora próximas uma das outras têm algumas diferenças culturais. Assim a população das ilhas situadas mais ao sul do arquipélago, permanecem mais fiéis as manifestações africanas, enquanto as mais a norte já não são tão enraizadas na cultura do continente. Na composição etária, 70% da população está abaixo dos 30 anos.


As manifestações culturais mais comuns têm como base a dança e a música. Dos ritmos musicais típicos, destacam-se o batuque, funaná, morna e a coladeira.


A culinária não podia ficar atrás nas origens. Muito diversificada, entre os pratos mais típicos destacam-se a "cachupa" e a "djagassida", ambos tendo como ingredientes básicos o milho e o feijão.


A religião predominante é o catolicismo, mas com alguns núcleos protestantes, espíritas e islâmicos.


A cultura crioula de Cabo Verde é registrada por suas contribuições distintas na literatura e na música. As composições musicais melancólicas conhecidas como mornas e poesia de Crioulo são características.

Politica


O Cabo Verde é uma república multipartidária com uma constituição que foi adotada em 1992. O presidente, como cabeça de estado, é eleito diretamente por um período de cinco anos. A bancada legislativa é formada por um grupo de nacionais, que escolhe o primeiro ministro. O sistema judicial é dirigido pela Suprema Corte de Justiça.


Foram introduzidos programas limitados da segurança social, e a execução de um serviço de saúde publica começou, embora as condições da saúde em Cabo Verde sejam favoráveis, comparadas a outros países da África Ocidental. Os serviços deficientes de saúde e de saneamento básico e a subnutrição contribuem para a elevada incidência de doenças infecciosas e parasitárias, particularmente tuberculose, pneumonia, bronquite.


O movimento forte da independência permaneceu ativo, conduzido pelo partido africano para a independência de Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) As Ilhas de Cabo Verde transformaram-se em uma república independente em 1975 com Aristides Pereira como o primeiro presidente.


Em 1981, o partido que governava Cabo Verde deixou o PAIGC e deu forma a seu próprio partido africano para a independência de Cabo Verde (PAICV). A constituição aprovada pelo legislativo em 1981 formalizou a separação de Guiné-Bissau. As primeiras eleições legislativas sob a constituição de 1992 ocorreram em dezembro de 1995. Em fevereiro de 1996, Antônio Mascarenhas Monteiro foi eleito presidente.

Natureza do regime: Semi-presidencialista

Presidente da República: Antônio Mascarenhas Monteiro, (nasceu em 1944). Reeleito por cinco anos em fevereiro de 1996

Primeiro Ministro: Carlos Veiga.

Parlamento: Assembléia Nacional composta por 79 membros eleitos por cinco anos.

Economia


O crescimento econômico de Cabo Verde tem como determinante o clima de estabilidade política que conhece o país. As autoridades cabo-verdianas optam por uma economia de mercado. O mercado apresenta-se, assim, favorável ao investimento estrangeiro.


As mudanças importantes que se verificaram nos últimos cinco anos, marcadamente assinaladas com a transição de um sistema econômico centralizado para uma economia de mercado, acrescidas do fato de se ter implantado um «Modelo de Inserção Dinâmica» de Cabo Verde na economia mundial, fazem do país um mercado preferencial de atração do investimento estrangeiro. Nesse contexto, Cabo Verde serve de placa giratória para os países da sua região, num mercado de aproximadamente 200 milhões de habitantes.


O PIB per capita é de 1820 dólares. Desde a independência, o país tem formado, em média, 1.5000 quadros superiores por ano, o valor das exportações atingiu 687 milhões de dólares (em 1995), sendo os principais produtos exportados: a banana, o peixe e os crustáceos.


A economia cabo verdeana tem como base a agricultura e a pesca. Devido ao clima, a agricultura é mais voltada para o consumo interno, mas com pequenas exportações, principalmente da banana e do café. Cultiva-se, principalmente, o milho, feijão batata-doce, cana-de-açúcar, café. A fauna marinha contribui com a outra parte das exportações. Muito procurada, principalmente pelos europeus, a lagosta e outros frutos do mar são os de maior escoamento. O atum constitui também uma das grandes riquezas marinhas do país, sendo exportado fresco e em conserva.


As salinas das ilhas de Sal e do Maio contribuem também com a sua parcela nas exportações, exportando o sal, que já foi considerado uma especiaria antes da descoberta da Índia.


Largamente cultivada, principalmente na ilha de Santo Antão, a cana-de-açúcar constitui a base da produção do "grogue", bebida destilada que é também exportada para muitos países.


Reunindo potencialidades para um turismo atrativo, o país conta, por outro lado, com as remessas dos seus imigrantes, o que contribui significativamente para a balança de pagamentos de Cabo Verde. Estão em estudo mecanismos que visam captar e orientar as poupanças dos cabo-verdianos da diáspora para o setor produtivo.


O governo pretende canalizar alguma capacidade financeira e técnica no sentido de apoiar o espírito de iniciativa empresarial que tem vindo a marcar a comunidade cabo-verdiana no exterior.


Durante os últimos 20 anos, não há dúvidas de que o país avançou incomensuravelmente.
O primeiro-ministro, Carlos Veiga, assegurou que os próximos cinco anos serão (também) de estabilidade política e de reforço da estrutura econômica do país. Nesse sentido, frisou que "as grandes apostas vão continuar".


As reformas iniciadas a vários níveis da vida econômica, da administração pública, do ensino e da educação visam contribuir para acelerar o crescimento econômico e, segundo Carlos Veiga, fazer com que esse crescimento não seja incompatível, antes pelo contrário, se harmonize também com um desenvolvimento social e humano que permita que os cabo-verdianos desta geração se beneficiem, efetivamente, do progresso e possam ajudar os cabo-verdianos da próxima geração.

Povo


Mais de dois terços da população das ilhas são crioulos (mulatos), e o restante é africano europeu e preto. Além do português (a língua usada em ocasiões formais e para a maioria do material escrito), os habitantes falam um dialeto português chamado Crioulo. A maioria da população é oficialmente católica romana, mas uma missão protestante, localizada em São Tiago tem uma igreja e escolas na maioria das ilhas. Muitos costumes do animismo são preservados ainda.

Mais de três quintos da população de Cabo Verde tem menos de 20 anos de idade. Muitos habitantes mais velhos emigram para o exterior à procura de trabalho, a maior parte vai para a Europa, especialmente Portugal, e alguns para Venezuela e Brasil.

O ensino médio é gratuito entre as idades de 7 e de 14anos; aproximadamente 90 por cento das crianças em idade escolar estudam em escolas primárias. Os estudantes vão para o exterior, freqüentemente a Portugal, para a instrução mais elevada.

As regiões mais povoadas são as áreas litorais das ilhas de São Tiago, de Santo Antão, e de São Vicente. Um quinto da população do país é urbana e metade da dela vive em Praia. A população rural é encontrada principalmente em poucos vales férteis ou em pequenas vilas nas costas.

Durante o século 20, diversas secas desastrosas causaram a morte de mais de 200.000 pessoas e há pesada imigração das ilhas para os países africanos, para o Brasil e para os Estados Unidos. Desde 1940, a população tem aumentado apesar da contínua imigração e de uma taxa de natalidade das mais baixas na África Ocidental. Atento a necessidade e pressionado a diminuir mais este crescimento, o governo começou a promover o controle de natalidade no final deste século.

Geografia


A densidade demográfica é de 83 habitantes por quilometro quadrado, e um crescimento populacional de 2% ao ano. Utilizam sobretudo o crioulo, língua gerada pelo português arcaico e por línguas africanas. O país, localizado no Norte da África ocupa o 122º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano, com uma expectativa de vida de 64,9 anos; uma taxa de alfabetização de adultos que atinge os 70,5 por cento.


Situado a quatrocentos quilômetros da Costa Ocidental da África, entre os paralelos 15 e 17 graus de latitude norte, o arquipélago de Cabo Verde possui pouco mais de 4 mil quilômetros quadrados e é constituído de dez ilhas e oito ilhéus, sendo uma das ilhas desabitada. Com exceção das Ilhas Sal, Boa Vista e Maio, que são planas, o arquipélago é montanhoso, escarpado e sulcado pela erosão e pela atividade vulcânica. A falta de vegetação nos planaltos contribui para a erosão do solo. A hidrografia é insignificante. O clima é tropical seco, mas as temperaturas são relativamente amenas, devido à influência dos ventos alísios. A pluviosidade é irregular, chegando a ser nula durante longos períodos, muito embora se distingam duas estações - a das chuvas, de agosto a outubro, e a seca nos restantes meses.


Pode-se ainda dividir o arquipélago em ilhas planas e ilhas montanhosas. Acredita-se que as ilhas do Sal, Boa Vista e Maio foram as que tiveram formação mais antiga, pelo fato de possuírem, atualmente, um relevo mais plano. Das ilhas consideradas mais novas, por apresentarem um relevo mais acentuado, destacam-se as ilhas de Santo Antão, São Nicolau, Santiago, Fogo e Brava. O ponto mais alto do arquipélago é o vulcão da ilha do Fogo, com uma altitude de aproximadamente três mil metros. As temperaturas médias anuais ficam em torno dos 25 graus Celsius, no ar, e 23 graus, no mar.


A expectativa de vida média é aproximadamente 62 anos, e a taxa de mortalidade infantil é a mais baixa da África Ocidental.

2 comentários:

Só Jesus! disse...

valeu obrigado pela informação...

Só Jesus! disse...

queria mais informações sobre a origem da formação do povo...quem foram especificamentes...os primeiros a formar o povo local...seus pensamentos ideis criticas e filsofias de vida...eu Adriano...adrisemedo@hotmail.com