sexta-feira, 25 de novembro de 2011

À Beira do Abismo





Amo-te

Amo-te toda inteira

Como quem quer uma pêra

Como quem está, se não no abismo,

Pelo menos à beira

Amo-te

Amo-te assim, sem cerimônia

Como quem vai num avião de carona

Como quem está sem prancha

Na crista da onda

Amo-te

Amo-te todo o dia

À noite, pela manhã...

Como quem devora uma maçã

Amo-te

Amo-te desesperadamente

Como quem, já quase condenado,

Para não morrer, mente

Amo-te

Amo-te menina

Bichinho de pelúcia na vitrina

Cristal raro, coisa fina

Amo-te

Amo-te doida, nobre causa

Bela coisa

Como quem morre e sonha

Amo-te

Amo-te menina, mulher, senhora

Amo-te motivo do agora

Ah, mulher, minha

Minha como a morte

Alucinação...

Amo-te

Nenhum comentário: