domingo, 20 de novembro de 2011

Começo de Uma História



Quem passa pala Via Anchieta 308, não vê mais do que uma praça, como tem sido as praças de São Paulo, talvez não desprovidas de beleza, mas carentes de cuidado. Impossível suspeitar que 41 anos antes, exatamente onde seria o número 308, no dia 28 se julho de 1970, Francisco Rivas Neto, Pai Rivas, abria ali o terreiro do Caboclo Urubatão da Guia.
Entre 1968 e 1970 o terreiro já funcionava na residência de Pai Riavs, então na Rua Lord Cockrane, 170.
Passaram-se as décadas, mas as histórias e as imagens ficaram gravadas da alma de cada personagem desta trajetória, ficaram gravadas no imaginário da coletividade. Impossível deixar de invocar figuras singulares como o Sr. Isaias, que ficava sempre na casa de umbanda que funcionava na Rua silva Bueno, onde hoje fica o terminal de ônibus; ou do Sr. Osvaldo, dono de uma pequena indústria de plásticos injetáveis na Rua Labatut, em cuja sobreloja funcionava o terreiro do Caboclo Vira Mata. O próprio Sr. Osvaldo, médium do Caboclo Vira Mata tocava o terreiro.
Assim como os Srs. Osvaldo e Isaias, que eram amigos do terreiro do Caboclo Urubatão da Guia, havia centenas de pessoas que amiúde visitavam a casa Espiritual de Pai Rivas, cuja corrente contava com mais de 300 médiuns.
A vida comunitária, candente, no Ipiranga de 1970, encontrava brilho especial no terreiro do Caboclo Urubatão, que começara na casa de Rivas Neto, Mestre Arhapiagha e de seu pai Domingo Rivas.
Em torno do Sagrado e de amizades duradouras entres as Ruas Labatut, Silva Bueno, Lino Coutinho, Via Anchieta e outras, as pessoas celebravam a coletividade, a amizade e o apreço.
Nos próximos dias postaremos pequenos textos e imagens que tratam de nossa revisita ao Ipiranga e a um relicário das memórias do mundo e do Homem.

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